Dia Mundial da Felicidade
Desde 2013, a ONU celebra o Dia Mundial da Felicidade como uma forma de reconhecer a importância da felicidade na vida das pessoas ao redor do mundo. Por conta da turbulência enfrentada atualmente, a experimentação da felicidade não é fácil. Mas é importante lembrar que a felicidade é uma potência humana, é o que desperta o desejo de viver, é o que dá força para seguir em frente, é a esperança no meio do caos.
No documentário “Human”, a francesa Francine Christophe relata sua experiência ao ser levada para um campo de concentração, na Alemanha, aos oito anos. Uma estrela amarela se agigantava em seu peito infantil, a marcando como judia. Filha de prisioneiros de guerra, ela e sua mãe tiveram o direto de levar da França uma pequena bolsa, na qual a mãe guardou um pedaço de chocolate, apenas para ser comido quando Francine precisasse de forças para se reerguer.
Entre elas, no acampamento, havia uma mulher grávida, muito magra e fraca. A mãe de Francine, “chefe de sua barraca”, acompanharia a moça no parto, mas antes perguntou para sua filha: “Lembra que tenho um pedaço de chocolate? Se me permitir, levarei o chocolate à nossa amiga, Helene. Um parto aqui é difícil, e Helene pode não resistir. Mas se eu lhe der o chocolate, ele a ajudará”. Francine cedeu seu chocolate sem pensar.
Helene deu à luz a um bebê pequenino e magro, que nunca fez um ruído sequer. Seis meses mais tarde, todos foram libertos. E apenas neste momento, o bebê chorou. “Foi ali que ele nasceu”, contou Francine.
Muitos anos depois, inspirada pela própria filha já adulta, Francine organizou uma conferência sobre os judeus que sobreviveram aos campos de concentração. A conferência atraiu um grande público, idosos, sobreviventes, curiosos, psicólogos, psiquiatras e psicoterapeutas em peso. Ao final do relato de Francine, uma mulher pediu a palavra: “Eu moro em Marselha. Sou médica psiquiatra. E antes de fazer minha colocação, tenho algo para dar à Francine Christophe”. Ela procurou no bolso, tirou um pedaço de chocolate e o entregou à Francine. Por fim, esclareceu: “Eu sou o bebê”.
A história de Francine mostra que um pedaço de chocolate pode ser uma promessa de esperança de dias melhores e que a felicidade é um estado de resistência em tempos difíceis.
